quarta-feira, 24 de junho de 2009

Série III - Edifícios públicos

24 de Junho de 2009: Passou muito tempo depois do último post sobre este assunto. Até há, vou ser generoso, 15 dias atrás, a obra esteve completamente parada. Daí para cá o telhado foi colocado, o que, pelo menos, parece resultar num avanço importante. A este ritmo talvez a obra esteja pronta para o Natal (não o do ano anterior, como tinha apostado, mas o deste ano). Admitindo que a obra vai finalmente ser acabada, faz sentido perguntar o que legitima (além do poder legal para o fazer, se é que existe) a construção deste estaleiro. Ela dá-se num bairro residencial no qual foi construído recentemente (ao arrepio do PDM inicial, que previa a construção exclusiva de vivendas no local), um centro de acolhimento do ABEI para crianças e jovens desfavorecidos, isto é, num bairro no qual, além da população infantil e juvenil residente, existe, por força desse centro, um número importante de crianças e jovens. Apesar disto tudo, apesar de não existir nenhum local de lazer para crianças no bairro, apesar de nunca construído qualquer infra-estrutura de apoio no bairro, a Junta não encontrou melhor aplicação para os terrenos e dinheiros públicos do que construir um estaleiro. E isto num bairro residencial onde os moradores pagam cerca de 500 euros de IMI por ano. Em ano de eleições autárquicas merece a pena que meditemos neste exemplo. Talvez descobramos através dele a quem os poderes públicos servem e, por essa via, como devemos utilizar o nosso voto. E se ainda tiverem dúvidas, lembrem-se que estes diligentes trabalhadores almoçam das 11h 30m às 13h 30m, mais coisa menos coisa.

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